FaE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PEDAGOGIA EaD
EDEMILZA
DIAS DOS SANTOS
PESQUISA
EM EDUCAÇÃO 2 (A AÇÃO PEDAGICA DIANTE
DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.)
TAIOBEIRAS
2017
PESQUISA EM EDUCAÇÃO2
( A AÇÃO PEDAGOGICA DIANTE
DASDIFICULDADES DE APRENDIZAGEM)
Trabalho apresentado ao Curso
superior de Pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais, na modalidade
EaD, para a disciplina de –Pesquisa em
educação2------------, sob orientação da Professora ---------------
TAIOBEIRAS
2017
A ação pedagógica
diante das dificuldades de aprendizagem
RESUMO
Este
artigo está em agir com
reflexão sobre dificuldades de
aprendizagem e a construção do evolução cognitivo do aluno. Uma pesquisa
baseada em no estágio no qual Percebe-se a preocupação de todos os que trabalham com a educação dos alunos,
já onde detectamos que uma tendência quase unânime que não podemos relacionar
uma turma normalmente numerosa com os conteúdos planejados já que cada aluno
consegue uma aprendizagem diferenciada. Ao deparamos com algumas dificuldades
de aprendizagem em sala de aula. E diante das situações observadas, achamos que
seria uma boa opção de pesquisa, para o
meu trabalho de artigo . Além de contribuir com meus estudos sobre o
caso penso que pode colaborar com a escola que de certa forma mim deu grande
apoio, em minha caminhada acadêmica . O objetivo da pesquisa e que pudesse
adaptar formas de ajudar compreender melhor cada dificuldade e como trabalhar
da melhor forma possível para um melhor aprendizado. O problema de dificuldades
de aprendizagem apresentado no mundo inteiro deve ser encarado com mais
preocupação em como lidar com tais dificuldades.
O
profissional deve ensinar pelas atitudes afetivas. Em equilíbrio pode ajudar a
construir valores, na medida em que, através dela nos defrontamos com a
verdadeira condição humana, com potencialidades e limites. A família é a base
para a formação do caráter em qualquer situação e de suma importância para que a criança
cresça encontre seu ponto de
equilíbrio.
A aprendizagem é um processo de
aquisição e integração de informações, ocorrendo em todas as etapas de vida,
importante para a sobrevivência do indivíduo. Uma Perturbação nesse processo é denominada dificuldade
de aprendizagem, atingindo cerca de 40% das crianças em idade escolar, podendo
persistir até idade adulta. Este artigo busca identificar variáveis familiares
contribuintes com a dificuldade de aprendizagem, bem como apontar formas de os
pais auxiliarem os filhos. Como metodologia, utilizou-se pesquisa bibliográfica
e análise de experiências vividas em sala de aula. Neste, atende-se crianças
com distúrbios neurológicos, através de orientações aos pais, atividades de
interação pais-crianças e professores. Espera-se melhoras na qualidade de vida
da criança e no rendimento acadêmico dela.
PALAVRAS-CHAVES: Dificuldades de aprendizagem
–Professor– Aluno –família
- INTRODUÇÃO
Segundo Vera Lúcia:O
fracasso escolar tem se constituído em um dos maiores desafios educacionais,
não só no Brasil como em muitos outros países. Apesar dos inúmeros fatores
inseridos no sistema de ensino que influenciam diretamente em todo o processo
de aprendizagem, geralmente algumas crianças são diagnosticadas, segundo
valores, habilidades e critérios estabelecidos pela escola, como possuidoras de dificuldades de aprendizagem, o tema foi
escolhido ao deparamos com algumas dificuldades de aprendizagem em sala de
aula. E diante das situações observadas, achamos que seria uma boa opção de
pesquisa, para o nosso trabalho de conclusão de curso. Além de contribuir com
mais estudos sobre o caso achamos que poderíamos colaborar com a escola que de
certa forma nós deu grande apoio, em nossa caminhada. A Educação atenta a diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e atender as necessidades
educativas especiais de todos os alunos, em salas de aulas
comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o
desenvolvimento pessoal de todos, independentemente de ter alguma dificuldade
ou não, pois direitos são iguais.
A pesquisa insere na
abordagem qualitativa, que exige um olhar aprofundado do contexto e do local em
que é executada, e também, uma interação entre o pesquisador e o objeto os
procedimentos usados foram observação e entrevistas, e a análise ocorreu com
base nos dados coletados à luz de reflexões das autoras embasadas por referenciais
teóricos.
O presente artigo apresenta uma análise sobre as dificuldades de
aprendizagem na escola e como os professores, a família e o aluno portador da
dificuldade, podem ser o eixo facilitador e não dificultador do processo de
aprendizagem no âmbito escolar, sendo que o conhecimento e a participação do
professor influenciam diretamente na aprendizagem do aprendiz em sala de aula,
priorizando a ação e reflexão tanto do professor quanto do aluno.
Entretanto essa abordagem inicia-se a partir do conhecimento
básico sobre o que vem a ser as dificuldades de aprendizagem e qual o processo
de tratamento do aluno portador, qual o papel da escola e do professor em
proporcionar espaço, métodos e técnicas para que os alunos com dificuldades
possam se sentir aptos a adquirir e construir conhecimentos para sua formação
ética, profissional e moral, de maneira a focar a relação “família e escola” e
suas ligações, sempre visualizando o sucesso de seus alunos. Sendo que o papel
do pedagogo juntamente com a escola é se esforçar a melhorar as situações
problema e acolher os alunos com ou sem dificuldades de aprendizagens.
2.
O surgimento da pesquisa
A pesquisa surgiu, de
observações feitas em uma sala de aula durante um dos estágios, com crianças
com dificuldades de aprendizagem, observando que as professoras não eram
qualificadas, diante das situações entendemos que seria uma boa oportunidade de
compreendermos melhor o problema para não passarmos pela mesma situação.
As entrevistas aconteceram
através de gravações, com duas professoras, Entrevista foi estruturada por que
levamos as questões da entrevista escrita e seguimos à risca as perguntas, As
próprias professoras colaboradoras do trabalho consideraram a ideia da pesquisa
muito importante para o meio de trabalho em que se insere o trabalho, pois com
ele é possível dar oportunidades para que os docentes e os pais consigam lidar
com maiores responsabilidades, interesse e respeito com os alunos com
dificuldades de aprendizagem. As observações observamos os alunos em geral
focando mais aos alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem. As
observações foram registradas através de gravações e escrita. Depois de
entrevistar professores e alunos reunimos para que as observações e entrevistas,
fossem analisadas e organizadas para que o trabalho pudesse ser elaborado. Para
que o trabalho fosse bem-sucedido analisamos as entrevistas, as observações,
pesquisamos na internet, livros e comparamos uns aos outros. Muitas dificuldades de aprendizagem são decorrentes de
metodologia inadequada, professores desmotivados e incompreensivos, brigas e
discussões entre colegas, entre outras. Volto a enfatizar que a escola deve ser
a segunda casa do indivíduo, um lugar onde ele possa se sentir bem e entre
amigos, contar com a professora sempre que precisar ou sempre que tiver um
problema familiar. Segundo Aline
Berghetti Simoni Belleboni (Outra causa de dificuldades de
aprendizagem) e manter contato com os outros membros da equipe escolar, como
coordenação pedagógica, por exemplo.
O contexto escolar amplia o
universo de demandas as quais a criança está exposta e favorece experiências de
interação. Entre os parâmetros que podem ser utilizados para avaliar a maneira
como a criança lida com as exigências do período escolar destaca-se tanto os
indicadores de desempenho como os comportamentos. (Jacob & loureiro,1996.
Pág. np).
2.1.
Identificando e
conhecendo algumas dificuldades
de aprendizagem escolar
Segundo pesquisas dificuldades de aprendizagem, variam de pessoa
para pessoa. Uma pessoa com dificuldades de aprendizagem não pode ter o mesmo
tipo de problemas de aprendizagem como uma outra pessoa com dificuldades de
aprendizagem. Uma pessoa pode ter problemas com leitura e escrita. Outras
pessoas com dificuldades de aprendizagem podem ter problemas com a compreensão
da matemática. Ainda uma outra pessoa pode ter problemas em cada uma dessas
áreas, bem como com a compreensão que as pessoas estão dizendo.
A interação entre o mestre e o estudante é essencial para a
aprendizagem, e o mestre consegue essa sintonia, levando em consideração o
conhecimento das crianças, fruto de seu meio. ((FREINET,2002).
As
dificuldades podem advir de fatores orgânicos ou mesmo emocionais e é
importante que sejam descobertas a fim de auxiliar o desenvolvimento do
processo educativo, percebendo se estão associadas à preguiça, cansaço, sono,
tristeza, agitação, desordem, dentre outros, considerados fatores que também
desmotivam o aprendizado.
Segundo Jussara de Barros:
- Dislexia: é a
dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, pois faz
trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá
pulos de linhas ao ler um texto, etc. Estudiosos afirmam que sua causa vem de
fatores genéticos, mas nada foi comprovado pela medicina.
- Disgrafia:
normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e inversões
de letras consequentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, está
associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e
desorganização ao produzir um texto.
- Discalculia: é a
dificuldade para cálculos e números, de um modo geral os portadores não
identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendem
enunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, não
entendem sequências lógicas e outros. Esse problema é um dos mais sérios, porém
ainda pouco conhecido.
- Dislalia: é a
dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras,
com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se mais
em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino.
- Disortográfica: é a
dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como consequência da
dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação
para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de
percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação.
- TDAH: O
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um problema de ordem
neurológica, que traz consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta
de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos crianças e
adolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), porque
apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem advir
de causas emocionais. É importante que esse diagnóstico seja feito por um
médico e outros profissionais capacitados.
Segundo informações obtidas
por meio das respostas das professoras participantes da pesquisa, detectaram-se
as dificuldades de aprendizagem seguintes: Dislexia, Disgrafia, Discalculia,
Dislalia, Disortografia e TDAH, sendo que as mais recorrentes nas falas das
professoras e, portanto, para as quais houve maior atenção por parte das
análises das autoras foram a Dislexia e a Discalculia, motivo pelo qual este
trabalho se atém com maior interesse a elas. Na aprendizagem escolar, existem os seguintes elementos
centrais, para que o desenvolvimento escolar ocorra com sucesso: o aluno, o
professor e a situação de aprendizagem. As teorias de aprendizagem têm em comum
o fato de assumirem que indivíduos são agentes ativos na busca e construção de
conhecimento, dentro de um contexto significativo.
É importante ressaltar que
as professoras não tinham conhecimento da existência dos nomes atribuídos a
cada dificuldade de aprendizagem, bem como seus significados, reconhecendo ser
este o motivo maior pelo qual encontrem dificuldades no trabalho em sala de
aula.
A professora, atua há oito há três anos, ambas. As turmas são
heterogêneas, com mais meninas que meninos, sendo que na turma da professora
(18 alunos) encontra-se 3 meninos que apresentam dislexia e 1 menina que demonstra ter discalculia. Segundo a, em sua turma são (26
alunos) encontra-se 4 meninos que apresentam sintomas de dislexia e 2 meninas
com Discalculia.
O
distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita, ortografia
está associado à Dislexia. Alguns associam-se apenas a trocas de letras ou
palavras, outros à lentidão de aprendizagem, quase todos a consideram uma forma
de transtorno de aprendizagem, na verdade, isso é apenas um aspecto da
dislexia. Alunos com dificuldades de aprendizagem apresentam uma linha desigual
em seu desenvolvimento, as suas dificuldades de aprendizagem não são causadas
por pobreza ambiental,
as suas dificuldades de aprendizagem não são causadas por atraso mental ou
transtornos emocionais. E sim são causadas por predisposição momentânea,
situações negativas de interação social e hereditariedade.
Segundo
o CID - 10:
Na maioria dos casos, as funções afetadas incluem linguagem,
habilidades viso espaciais e/ou coordenação motora. É característico que os
comprometimentos diminuam progressivamente à medida que a criança cresce
(embora déficits mais leves frequentemente perdurem na vida adulta). Em geral,
a história é de um atraso ou comprometimento que está presente desde tão cedo
quando possa ser confiavelmente detectado, sem nenhum período anterior de
desenvolvimento normal. A maioria dessas condições é mais comum em meninos que
em meninas. (Classificação
de Transtornos Mentais e de Comportamento da Classificação Internacional de
Doenças - 10, 1992: 228).
As dificuldades de
aprendizagem envolvem muitas áreas de percepção, entre as quais: Discriminação
visual ou auditiva, percepção das diferenças em ambos as vistas ou ouvidos,
impedimento visual ou auditivo, preenchimento da falta de peças de imagens ou
sons, discriminação figura-fundo visual ou auditiva, focalização de um objeto,
ignorando os seus antecedentes, memória visual ou auditiva, nem a curto nem a
longo prazo.
Dificuldades de aprendizagem
podem ser tratadas com uma variedade de métodos, mas geralmente são
consideradas como desordens vitalícias. Alguns (ajustes, equipamentos e
auxiliares) são projetados para acomodar ou ajudar a compensar a deficiência,
enquanto outros (Educação Especial) destinam-se a fazer melhorias nas áreas
fracas. Os tratamentos incluem:
Ajustes na Sala de Aula:
* atribuições de lugares especiais
* tarefas escolares alternativas ou
modificadas
* procedimentos de avaliação/testes
modificados
Equipamento Especial:
* fonadores eletrônicos e dicionários
* processadores de texto
* calculadoras falantes
* livros em fita
* Assistentes de sala de aula:
* Tomadores de nota
* Leitores
Educação Especial:
* Horários prescritos em uma classe
especial
* Colocação em uma classe especial
*
Matrícula em uma escola especial para a aprendizagem dos alunos com
deficiência.
Segundo
Colares e Moysés 32:
Distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo
heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades significativas na
aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades
matemáticas. Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente
devidas à disfunção do sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de
aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com outras condições desfavoráveis
(por exemplo, alteração sensorial, retardo mental, distúrbio social ou
emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais,
instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é resultado
direto dessas condições ou influências. (Colares e
Moysés, 1992: 32).
As dificuldades
de aprendizagem afetam um número substancial de crianças. Essas dificuldades
são heterogêneas podendo ser leve, moderada ou graves, gerais ou específicas,
de curta ou longa duração. Buscar a interação entre os três componentes citados
(tarefa, criança, meio) para a avaliação das dificuldades de aprendizagem
tornar-se relevante, uma vez que a criança é vista como um sujeito
contextualizado. Além do mais, as possíveis intervenções a serem feitas estarão
direcionadas aos aspectos detectados na avaliação, desenvolvendo habilidades
necessárias à execução das tarefas e a autonomia do pensamento e da ação da
criança.
Uma outra consideração,
a ser feita, é que as equipes de profissionais que trabalham com crianças que
apresentam dificuldades de aprendizagem não as vejam setorizadas, atomizadas,
ou seja, cada profissional com o seu olhar, defendendo posturas isoladas. Que
todos os profissionais, apesar das divergências teóricas e/ou práticas,
encontrem planos de ações interativos que auxiliem a criança na sua integridade
como ser humano.
2.2. A
prática docente diante das dificuldades de aprendizagem
De acordo com leituras realizadas sobre as dificuldades de
aprendizagem, de forma geral, entende-se que, em primeiro
lugar, ao ser diagnosticada uma dificuldade de aprendizagem, a criança deve ser
avaliada por um profissional, a fim de detectar a causa do problema. Em alguns
casos, a dificuldade de aprendizagem tende a ser solucionada à medida que
ocorre a superação do problema psicológico. Assim, caracterizado o problema,
planeja-se a intervenção, atuando junto à escola, aos pais e à criança. O
objetivo é criar condições favoráveis para o desenvolvimento das habilidades em
que a criança apresenta baixo rendimento. Isto é feito por meio de um
planejamento de ensino que torne o estudo interessante para o aluno e seja
adequado ao seu modo de resolver problemas; e por meio de aconselhamento aos
pais e professores sobre como lidar com as dificuldades da criança e incentivar
o seu aprendizado.
Diante de tais dificuldades
deparadas em sala de aula e dos dados coletados por meio das entrevistas com as
professoras percebeu-se que, em geral, elas não possuem formação acadêmica
adequada que as qualifiquem para lidarem com essas dificuldades
encontradas. As dificuldades de
aprendizagem na escola podem ser consideradas uma das causas que podem conduzir
o aluno ao fracasso escolar. Diante das observações não se pode desconsiderar
que o fracasso do aluno também pode ser entendido como um fracasso da escola,
por esta não saber lidar com a diversidade dos seus alunos. É preciso que o
professor atente para as diferentes formas de ensinar, pois há muitas maneiras
de aprender.
O professor deve ter
consciência da importância de criar vínculos com os seus alunos através das
atividades cotidianas, construindo e reconstruindo sempre novos vínculos, mais
fortes e positivos. O aluno, ao perceber que apresenta dificuldades em sua
aprendizagem, muitas vezes começa a apresentar desinteresse, desatenção,
irresponsabilidade, agressividade, etc. A dificuldade acarreta sofrimentos e
nenhum aluno apresenta baixo rendimento por vontade própria.
Durante muitos anos os
alunos foram penalizados, responsabilizados pelo fracasso, sofriam punições e
críticas, mas, com o avanço da ciência, hoje não podemos nos limitar a
acreditar, que as dificuldades de aprendizagem, seja uma questão de vontade do
aluno ou do professor, é uma questão muito mais complexa, onde vários fatores
podem interferir na vida escolar, tais como os problemas de relacionamento
professor-aluno, as questões de metodologia de ensino e os conteúdos escolares.
Segundo Freinet (2002, p. 53) “a interação entre o mestre e o estudante é essencial para a
aprendizagem, e o mestre consegue essa sintonia, levando em consideração o
conhecimento das crianças, fruto de seu meio. ” Aos professores cabe: observar
os alunos tanto em sala como fora; comunicar aos especialistas se há alguma
criança com problemas; preparar as aulas, organizando o material e os recursos
didáticos para motivá-los; estar ciente de todos os distúrbios e saber
diferenciá-los; procurar conhecer as diferentes formas de avaliações, para que
o rendimento escolar dos alunos aumente e não reduza; levar em conta as
possíveis perturbações físicas, emocionais, sociais e outros que sofrem os
alunos durante as épocas de provas. Para
Strick e Smith (2001, p. 46),
As dificuldades de
aprendizagem referem-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de
problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. As
dificuldades são definidas como problemas que interferem no domínio de
habilidades escolares básicas, e elas só podem ser formalmente identificadas até
que uma criança comece a ter problemas na escola. As crianças com dificuldades
de aprendizagem são crianças suficientemente inteligentes, mas enfrentam muitos
obstáculos na escola. São curiosos e querem aprender, mas sua inquietação e
incapacidade de prestar atenção tornam difícil explicar qualquer coisa a eles.
Essas crianças têm boas intenções, no que se refere a deveres e tarefas de
casa, mas no meio do trabalho esquecem as instruções ou os objetivos.
Entendemos que as
dificuldades de aprendizagem são passíveis de
Superação, quando se leva em conta que
as capacidades e o raciocínio não são
Inatos, mas desenvolvidos através de
complexas redes de intercâmbio social,
dentro e fora da escola, as quais podem
sofrer intervenções. Acreditamos que toda a revisão literária focada na
abordagem histórico-cultural, nos deu respaldo para acreditarmos numas práxis
educativas transformadoras, capaz de reconfigurar o talento cultural quando o
talento biológico não se revela como o esperado, corroborando a tese atual postulada
pelas neurociências de que não existe quem não aprenda.
2.3.
Dificuldades de
alunos e professores no convívio escolar
Na opinião das professoras
entrevistadas, dificuldades de aprendizagem é algo que atrapalha o aprendizado
das crianças ou mesmo impede que ela avance na aquisição dos conhecimentos e
está relacionada à não assimilação dos conteúdos. Nessa concepção, destacam-se
as seguintes afirmações: “Eles não têm condições. Não assimilam. ” (Marlene da
Silveira Marinho e Simone Silva dos Reis).
Obtiveram-se, ainda, respostas que
relacionam às dificuldades de aprendizagem ao conceito de dificuldade no
raciocínio. As professoras consideram a dificuldade no raciocínio matemático e
na compreensão e produção de texto como sendo os problemas que mais dificultam
o trabalho docente, porque a criança não consegue compreender uma atividade de
desafio ou uma situação problema.
Para Freitas:
É importante conhecer as diferentes teorias de aprendizagem, mas é
imperativo que compreendamos o modo como as pessoas aprendem e as condições
necessárias para a aprendizagem, bem como identificar o papel de um professor
nesse processo. Essas teorias são importantes porque possibilitam ao professor
adquirir conhecimentos, atitudes e habilidades que lhe permitirão alcançar
melhor os objetivos do ensino (FREITAS et al, 2006, p. 3).
Aprendizagem é um processo complexo, de aquisição e integração de
informações em todas as etapas da vida. Além disso, crianças com dificuldades de
aprendizagem geralmente apresentam desmotivação e incômodo com as tarefas
escolares, gerados por um sentimento de incapacidade, que leva à frustração.
Diante das dificuldades
encontradas pelos professores e a falta de capacitação, para trabalharem com
alunos com dificuldades de aprendizagem, pois na maioria das cidades pequenas
ou zona rural onde a pesquisa foi realizada, os professores não são capacitados
para este tipo de ensino.
Os alunos sofrem cada vez
mais com isso, pois não vivenciam um ensino de qualidade, com valorização dos
seus pontos positivos. Estes alunos precisam de cartilhas, alfabeto móvel,
famílias silábicas e materiais didáticos concretos, que supram as suas
necessidades, e um professor qualificado para melhor trabalhar estas
dificuldades de aprendizagem. A direção da escola deve reunir pais e
professores para que possam discutir e encontrar soluções e formas de como
trabalhar com dificuldades de aprendizagem. Portanto, para que o trabalho se
desenvolva de uma forma mais adequada, os esforços devem partir de todos:
alunos, família, escola e poder público.
No cotidiano de sala de aula
a relação professor/aluno auxilia a torná-lo capaz ou incapaz. Se o professor o
tratar como incapaz, não será bem-sucedido, não permitirá a sua aprendizagem e
o seu desenvolvimento. Se o professor se mostrar despreparado para lidar com o
problema apresentado, mais chance terá de transferir suas dificuldades para o
aluno. Na maioria dos casos é o professor o primeiro a identificar que a
criança está com alguma dificuldade, mas os pais e demais membros da família
devem ficar atentos ao desenvolvimento e ao comportamento da criança. Para
obter resultados concretos é preciso ser feito um trabalho em conjunto entre
pais, psicólogos, escolas e professores, que deverão estar envolvidos com um
único objetivo: ajudar a criança. E é imprescindível que os pais conheçam seus
filhos e conversem frequentemente com eles para que possam detectar quando algo
que indique qualquer dificuldade.
2.4.
Dificuldades
de aprendizagem: como seria um trabalho ideal?
Para um bom trabalho sabe-se
que é necessário formação adequada e capacitação, condições de trabalho,
recursos didáticos pertinentes, etc. As teorias de aprendizagem buscam
reconhecer a dinâmica envolvida nos atos de ensinar e aprender, partindo do
reconhecimento da evolução cognitiva do homem, e tentam explicar a relação
entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento. A aprendizagem não
seria apenas inteligência e construção de conhecimento, mas, basicamente,
identificação pessoal e relação através da interação entre as pessoas.
Considerando-se as diversas causas que podem
interferir no processo ensino-aprendizagem, investigar o ambiente no qual a
criança vive e a metodologia abordada nas escolas é importante antes de se
traçar o enfoque terapêutico, uma vez que a criança pode não apresentar o
distúrbio de aprendizagem, mas apenas não se adaptar ou não conseguir aprender
com determinada metodologia utilizada pelo professor, como também a carência de
estímulos dentro de casa.
Por outro lado, muitas crianças podem não
apresentar nenhum fator externo a ela e mesmo assim não conseguir desenvolver
plenamente suas habilidades pedagógicas. É o caso das crianças com distúrbio de
aprendizagem, cujas limitações intrínsecas se manifestam através de déficits
linguísticos, alteração no processamento auditivo e outros vários fatores que
podem prejudicar significativamente o aprendizado da leitura e da escrita.
Alguns alunos com dificuldades de aprendizagem
não exigem o uso extensivo do pessoal técnico, fundos extras ou a ajuda de
professores, mas pode precisar de modificações apropriadas no programa e
subsídios para auxiliá-los. Estes incluem leitores, copiadores, anotadores, uma
prática que lhes garanta mais tempo para realizar trabalhos, projetos de apoio
aos alunos que devem ter garantia de apoio do governo.
Os conhecimentos prévios,
interesses, expectativas, e ritmos de aprendizagem são levados em conta na
aprendizagem. Ela é entendida essencialmente como o processo de revisão, modificação
e reorganização dos esquemas de conhecimento inicial dos alunos e a construção
de outros novos, e o ensino como um processo de ajuda prestado a esta atividade
construtiva do aluno. O professor é encarado como um mediador entre os
conteúdos e os alunos, cabendo-lhe organizar ambientes de aprendizagem
estimulantes que facilitem esta construção cognitiva.
O aluno com dificuldade de
aprendizagem pode exigir um atendimento variado, incluindo: aulas particulares,
aconselhamento acadêmico especial, desenvolvimento de habilidades básicas,
assistência para organizar e desenvolver habilidades de estudo adequadas e/ou
atendimento psicopedagógico.
Para obter resultados
concretos é preciso ser feito um trabalho em conjunto entre pais, escolas e
professores, que deverão estar envolvidos com um único objetivo: o
desenvolvimento integral da criança.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema a dificuldade de aprendizagem remete a múltiplas questões,
envolvendo, entre outras, o significado da aprendizagem e o impacto das
aquisições acadêmicas para o desenvolvimento infantil neste período da vida,
tendo como objetivos orientadores informados para o maior desempenho do aluno,
para obter o melhor resultado, fazendo com que o aluno se sinta capaz de
realizar várias atividades dentro e fora da sala de aula. A aprendizagem ocorre quando a intenção dos
alunos é entender o significado do que estudam, o que os leva a relacionar o
conteúdo com aprendizagens anteriores, com suas experiências pessoais, o que,
por sua vez, os leva a avaliar o que vai sendo realizado e a perseverarem até
conseguirem um grau aceitável de compreensão sobre o assunto.
A aprendizagem se torna real, quando há a
intenção de compreender o conteúdo e, por isso há forte interação com o mesmo. O
que faz com que um aluno mostre maior ou menor disposição para a realização de
seus estudos e muitas vezes é a forma com que cada professor se dedica aos seus
alunos, como ensiná-los, como compreende-los de forma com que eles sentem
segurança em seu professor que ele sirva de inspiração e motivação pelos
estudos e pela perseverança de cada um deles com dificuldades de aprendizagem
ou não.
Como
comentários finais vale destacar a importância de se considerarem os múltiplos
fatores envolvidos no processo de aprendizagem e suas influencias no
desenvolvimento e na adaptação. Faz-se necessário ponderar contribuição desses
fatores em um dado contexto, em cada caso em particular, no sentido de evitar o
risco de supervalorização e a variáveis exclusivamente pessoais das crianças.
Outro
ponto a ser destacado diz despeito a necessidade de se ter em conta, em se
tratando de crianças, pela própria situação de desenvolvimento, que a avaliação
reflete uma situação provisória, e não um diagnóstico definitivo, fixo e
imutável. Pode-se a avaliação diagnostica dos aspectos afetivos envolvidos no
processo de aprendizagem na medida em que considera também as percepções que as
crianças tem de si permite uma aproximação das múltiplas questões relativas ao
bom desempenho e ao atraso escolar, abrindo perspectivas para uma compreensão
adequada da criança na sua interação com a realidade e com o conhecimento,
instrumentando, desse modo, formas de intervenção fundamentadas em indicadores
de dificuldades e de recursos para o desenvolvimento das mesmas. Com o projeto
de pesquisa dificuldades de aprendizagem chegamos à conclusão que nem sempre os
objetivos propostos são totalmente atingidos, mas com muita dedicação pode-se
ter grandes resultados de aprendizagem, os objetivos propostos foram bem
desenvolvidos em alguns aspectos. Precisa-se de apoio familiar, adaptação
escolar, mais conhecimentos sobre o tema para que possa ser adaptado a várias
salas de aula de vários lugares do país, ou até do mundo, para que possam ser
desenvolvidos com mais sabedoria e clareza sobre os casos de dificuldades de
aprendizagem.
4. REFERÊNCIAS
Problemas
de aprendizagem: enfoque multidisciplinar/ Carolina Araújo Rodrigues Funayama
(org.) Sonia Regina Loureiro – Campinas, SP: Editora Alínea, 2008. Pag 68. 3° Edição.
COLLARES, C. A. L. e MOYSÉS,
M. A. A. A História não Contada dos Distúrbios de Aprendizagem. Cadernos CEDES no 28, Campinas: Papirus, 1993,
pp.31-48.
Soares
Dulce Consuelo R, os vínculos como passaporte da aprendizagem, um encontro
D’EUS, Rio de Janeiro, Caravansarai, 2003.
FREINET. C. Uma escola ativa e
cooperativa. São Paulo. 2002.
Disponível em http://www.novaescola.abril.com.br. Acesso em 30 set. 2004
Classificação
de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições clínicas e
diretrizes diagnósticas. Organização Mundial de Saúde (Org.). Porto Alegre:
Artes Médicas, 1993.
FREINET. C. Uma escola ativa e cooperativa.
São Paulo. 2002. Disponível em http://www.novaescola.abril.com.br. Acesso em 30
set. 2004
STRICK, C. e SMITH, L. Dificuldades
de aprendizagem de A a Z – Um guia completo para pais e educadores. Porto
Alegre: ARTMED, 2001.
Problemas
de aprendizagem: enfoque multidisciplinar/ Carolina Araujo Rodrigues Funayama
(org.) – Campinas, SP: Editora Alínea, 2008. Pag 73. 3° Edição.
FREITAS, A. C. et al. Teorias da aprendizagem. Universidad
Evangélica del Paraguay- UEP, Maestria y Doctorado en Ciencias de la Educación, 2000pag. 3.